Adaptações

As melhores e as piores adaptações

12:26

 (quero lembrar que a avaliação é totalmente tendenciosa)

Descobrir que um livro vai ser adaptado para um filme o coloca, instantaneamente, na minha lista de metas. "Ah, mas a maioria das adaptações traem o livro", sim, eu sei, e fico louca da vida quando isso acontece. Mas ainda assim, fala sério, não tem coisa mais incrível do que ver aquele personagem que você só pôde, até então, imaginar, ganhando vida na tela!

Existem pessoas que sempre vão odiar adaptações cinematográficas e as que vão amar. Sou meio termo. Algumas eu odeio e saio da sala do cinema maldizendo até a quinta geração do diretor/roteirista, outras eu amo e fico em prantos. Super entendo que entre o livro e o filme existe um abismo infinito que precisa ser preenchido, ok, o problema é mudar algo que afeta totalmente o enredo e muda a essência, gosto não. 

Selecionei algumas adaptações que merecem mil ♥, outras que caíram na zona do ódio e outras que eu não sei se amo ou odeio. Prontos? Iupi! (pode conter spoliers)

1 – Trilogia Jogos Vorazes: mil


Sim, eu não deveria estar falando de Hunger Games, não deveria mesmo. Sou suspeita. Sou culpada. Eu assumo. Eu amo, não, eu sou maníaca... isso! Sou ma-ní-a-ca por Hunger Games. Maluca, fissurada, possessiva. Leio e assisto com uma caixinha de lenços do lado, porque haja coração hein senhores. Os livros são meus xodós literários, vontade de chorar só de falar. As adaptações não poderiam me surpreender mais. Os três filmes lançados até agora (Jogos Vorazes; Em Chamas; A Esperança parte 1) tem todas aquelas cenas que quando você lê logo pensa: isso TEM que estar no filme. Ponto para direção! Outra coisa que eu amo é que os atores simplesmente são os personagens, não poderiam ser outros a interpretar. Os longas conseguem passar a mesma tensão presente no papel, o espectador fica apreensivo com a luta dos personagens  pela sobrevivência, a maneira como eles lidam com os traumas psicológicos, com a manipulação, a questão política, e finalmente o romance que se desenvolve entre a Katniss e o Peeta (para mim nunca se tratou de um triângulo, já que o  Gale, nitidamente, jamais teve chances reais de ficar com a Katniss). Não vou falar dos três filmes separadamente porque a opinião é a mesma: incríveis.

Se eu indico? Com força!

2 – Simplesmente Acontece: mil



Eis um caso em que eu odiei o livro, porém amei o filme. O livro tem umas falhas óbvias e é uma enrolação eterna, cansativo, frustrante e eu não consegui criar empatia alguma pelos personagens principais, Alex e Rosie são dois patifes. Já o filme é lindo, morri de amores pelo Alex e quase gostei da Rosie, que é muito, mas muito imatura. Apesar de o enredo ser aquele onde se passam 10, 20, 30 anos de lenga lenga (everybody sabe que se amam, inclusive eles, mas não ficam juntos e quando parece que tudo vai dar certo acontece alguma coisa, que nesse caso é sempre alguma burrice de um dos dois) o filme consegue cativar o espectador. A história aborda a questão da gravidez na adolescência, divórcios, brigas, sexo, aborto e a mudança para outro país e a “manutenção” da amizade/amor à distância. O filme é clichê, bem adolescente e tem algumas cenas absurdas, mas é fofo.

Se eu indico? Yes!

3 – Divergente: mil / Insurgente: zona do ódio



Os livros? Eu amei ambos. Apesar de querer matar a Tris em vários momentos, foi uma daquelas histórias que não largo enquanto não chegam ao fim. Como toda distopia, a questão política é bem presente na narrativa e os filmes conseguiram deixar isso bem claro. O longa de Divergente foi uma surpresa muito boa, apesar de quase transformarem o enredo num simples romance, o filme me deixou apreensiva desde a primeira até a última cena. Sabe quando você solta o ar e só então percebe que estava segurando? Fiquei assim em diversas partes. Achei uma pena deixarem algumas cenas, e personagens, super importantes de lado, como a parte mega violenta em que o Peter – que deveria ser malvado e não um bobo – fura o olho de um colega só pela competição, ou o Uriah que deveria ter aparecido, já que ele é super importante no desenvolvimento da trama. Confesso que a escolha do Theo James como Quatro me decepcionou, não que ele não seja lindo, másculo e etc, ele é, mas não é o Quatro. Algo que me assustou foi a forma como o relacionamento entre Tris e Quatro se desenvolveu, um tanto surreal, num dia ela tinha mais medo dele do que da mulher do padre, já que ele era super estúpido com a coitada, no outro eles estavam aos beijos. Oi? Apesar dessas questões bem pontuais, eu gostei de Divergente, mesmo, o filme me conquistou. Já Insurgente, eu odiei o filme, odiei com força. Desacreditei, em algumas cenas, que aquilo se tratava de uma adaptação do livro que eu li. A única coisa que presta no filme são os efeitos, que são perfeitos. O resto, achei totalmente desconexo do contexto, mentiroso em diversas partes, com umas falhas ridículas e cenas de luta muito coreografadas. Se eu nunca tivesse lido o livro, sei que essa análise seria totalmente diferente. Mas, uma vez que você sabe, comparar é inevitável. Se tivessem mudado uma coisinha que não altera a história, beleza. Mas não foi o que aconteceu. Algumas cenas são simplesmente inexplicáveis, por exemplo: briga no trem com os sem facção (??????), testes na Tris para abrir a caixa (QUE CAIXA É ESSA????????), arma que mede a porcentagem de divergência de cada um (De onde saiu isso meu Deus??????) e por aí vai. Fizeram mudanças bruscas e absolutamente desnecessárias. Poderia ficar dias aqui falando de cada coisa que me decepcionou nesse filme, mas vou me conter, já que no fim das contas todas querem dizer a mesma coisa: que bosta de filme. Sai do cinema com a boca aberta, tipo: o que foi isso?

Se eu indico? O primeiro com toda certeza. O segundo só para quem eu não gosto ;)

4 – Maze Runner: mil



Juro que estava morrendo de medo de assistir Maze Runner, já que foi feito pela Fox (que acabou com Percy), mas apesar de o filme, basicamente, se encaixar nos mesmos defeitos de Insurgente, eu gostei. Mudaram algumas coisas, mas nada que alterasse o enredo da história. O cast é perfeito, só me fez amar mais o trio Thomas, Newt e Minho. Efeitos especiais incríveis, O QUE É AQUELE LABIRINTO MINHA GENTE? MEU DEUS! Mil vezes melhor do que o que eu imaginei quando li. No filme, a personalidade dos personagens fica muito nítida para os espectadores, e isso é ótimo porque ajuda a entender melhor a forma como cada um pensa e age. Duas coisas que odiei: A Teresa, mas a odiei nos livros também, então nada novo, e o fato de que algumas situações não foram bem explicadas, aí quem não leu o livro fica tipo: Oi? Outra coisa que me deixou encafifada foi o fato de Thomas e Teresa não se comunicarem telepaticamente. Não que eu não gostei, mas fiquei com uma pulguinha atrás da orelha para saber como vai ser em Prova de Fogo, já que algumas situações simplesmente dependem dessa comunicação telepática dos dois. Mas fora isso, eu amei a adaptação.

Se eu indico? Yep!

5 – Série Percy Jackson: zona do ódio



Sei nem o que dizer, apenas sentir. Juro que quase chorei de desgosto vendo os filmes. Rick Riordan deve ter chorado. Para mim, tanto O Ladrão de Raios quanto O Mar de Monstros (que são os únicos livros da série que viraram filme), são a definição de adaptações decepcionantes. O cast é perfeito e os dois filmes são repletos de ação e isso é muito legal, mesmo. Mas dá para contar nos dedos as cenas que realmente existem na narrativa, enquanto as inventadas são infinitas. A distorção abusiva da mitologia grega é lamentável, e também a inexistência de cenas super importantes no contexto... não sei como conseguiu ganhar sequência. Sem contar que os personagens não têm química nenhuma, e isso faz uma falta gigante. O Percy, no primeiro filme, tem o que, 16 anos? E no livro ele tem 12.  Enfim, estragaram tudo. Inclusive o final que inventaram. Os filmes ficaram bem sem graça, enredo chato que não prende o espectador, a única expectativa que ele cria é: quando vai acabar esse negócio? Eu odiei os filmes, fiquei profundamente decepcionada e, confesso que depois que assisti, temerosa pelo futuro das adaptações. Ainda bem que seguiram outro caminho!

Se eu indico? Nem morta!

6 – As Vantagens de Ser Invísivel: mil



Não tenho palavras para descrever o quanto esse livro é especial e o quanto eu fiquei feliz ao assistir o filme e ver que ele é fiel a narrativa. Sabe aquele livro que te faz repensar sobre tudo, inclusive sobre quem você é? Esse é assim. E sabe o que é mais legal? Conseguiram passar essa essência no filme. O Charlie do livro é doce, altruísta, inteligente, puro... e o do filme também (TKS LOGAN, TE AMO)!!! Uma das coisas que mais admirei foi a precisão com que transformaram as cartas em cenas (o livro é todo escrito em forma de cartas que o Charlie manda para “seu amigo especial”). A química entre os personagens é nítida e o mais legal é a forma como a relação deles vai crescendo a cada cena, como a intimidade começa a ser criada... funguei o filme todo.

Se eu indico? Demais!

7 – O Lado Bom da Vida: indefinido



Não gostei do filme, por nada em especial. Ele é bom, só não me conquistou. Achei o Pat do filme um bobão, não criei o mínimo de afeto por ele, em contra partida, amo o do livro. Fora isso, as cenas são ótimas, muito bem feitas e é engraçada a forma como o Pat e a Tiffany interagem. Lógico que a química entre o Bradley e Jenn contribuiu muito e eles conseguiram deixar a relação dos dois bem próxima da que existe nas páginas. Um super ponto pro filme é que a confusão mental (e a loucura) dos dois fica evidente, e isso rende boas risadas. Outra coisa legal é que o livro tem algumas coisas absurdas e eles conseguiram abordar isso com certa naturalidade no filme, deixando a coisa toda mais “normal”. É uma comédia romântica bem doida, mas que prende o espectador.

Se eu indico? Acho que sim.

8 – Um Dia: mil



Mesmo sendo uma daquelas histórias onde se passam anos e muitos desencontros, eu simplesmente AMO Um Dia. Mais o livro do que o filme. A história fala sobre como os “acasos” podem mudar toda a nossa vida, é linda. Chorei lendo o livro e fiquei esperando isso acontecer com o filme, não rolou. Passei o filme todo pensando: agora vai melhorar, não, calma, agora vai. E isso também não rolou. No livro os sentimentos da Emma são muito mais visíveis e no filme isso não acontece com tanta frequência quanto deveria. O Dexter é um cachorro no livro e no filme isso quase não é perceptível, sem contar que o Jim Sturgess não convenceu nem um pouco. Já a Anne Hathaway é a Emma, indiscutivelmente.  O apelo emocional fica todo por conta da Emma, e eu amo isso, também amo a fotografia e a ambientação do filme, amor puro.  

Se eu indico? Sim, mas não dou expectativas.

9 – O Doador (O Doador de Memórias): Indefinido


O filme não passa nem um quarto da complexidade que é o livro e o tema que ele aborda e a questão da manipulação daquela “sociedade perfeita” onde não existe cor, mentira, dor, guerra, desigualdade racial, social, não é bem trabalhada e no longa e fica meio no ar. Mas um ponto que é bem forte na narrativa e que conseguiu ser passada no filme é a questão de “escolhas: certas ou erradas, elas definem o futuro”. Outra coisa super legal é que o filme só começa a ganhar cor conforme o Jonas vai recebendo as memórias. Eu gostei do filme, só acho que a história poderia ter sido mais explorada, tantos detalhes ficaram de fora e eram essenciais.

Se eu indico? Indico sem o menor problema.

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2 comentários

  1. Lulu, concordo com você, Insurgente nem deveria ser chamado de adaptação e sim de "levemente baseado", mas se você distanciar as duas obras o longa até que é muito bom. E no caso de Maze Runner o filme é muito melhor que o livro, pelo menos lá o Dylan deixa o Thomas menos chato, mas a questão da telepatia também me deixou pensando. Adorei o texto :)

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    1. Nara, acredita que eu amo o Thomas e não acho ele chato? (só reclamão as vezes) E prefiro o livro do que o filme, absolutamente.Concordo que Dylan é o Thomas perfeito.

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“Sempre acho que um livro é meu favorito até eu ler outro.”As Vantagens de Ser Invisível